quarta-feira, 5 de maio de 2010

De novo. Sempre.

Sinto-me sozinha, mas, talvez pela primeira vez, isso não me faz mal. Estou sentada numa praça, um pouco de sol, mas a sombra das árvores é um carinho. Algumas idéias na cabeça, histórias e sonhos. Músicas randômicas trazendo sensações variadas. Sento e analiso isso tudo. Vai saber, talvez eu só esteja prestando atenção. Não faço isso com freqüência. Não fazemos todos, na verdade.
Quero ir ao parque, caminhar, correr, deitar e olhar as nuvens. Quero ir a qualquer lugar com meus caros, conversar amenidades e seriedades, rir e chorar. Falar sobre o amor e somente isso. Chorar e rir pelo amor e suas confusões.
Quero arte no mundo, no corpo, em todas as formas. Tinta na pele, mosaicos belíssimos e definitivos. Quero ser mil e somente uma. Quero humanidade. Seus mistérios, meus e nossos. E só às vezes, sem querer, descobrir alguns deles.
Viagens e culturas e línguas e encantamentos. Quero fotos de todas as flores, de todas as cores, sem matar nada nem ninguém. Quero palavras escritas por letras conhecidas. Familiaridade. Olhares rápidos, silenciosos e absolutamente indiscutíveis.
Quero beleza, por completo. Compreender, tentar ao menos, a beleza dos sentidos de outros. Sem rótulos, sem pré-conceitos. A mentalidade de uma criança. Ou de um Starman, waiting in the sky.
Sentar na areia, o vento do oceano no rosto, arrepiando a nuca. O mar, união do mundo todo. Talvez seja essa a razão da minha paixão, umas das razões. Sentir-me parte desse absoluto muitas vezes esquecido... E sonhar em conhecer realmente cada ruazinha charmosa.
Quero uma casa na rua da vida. Rua cinematográfica. Quero festa e calmaria, quero Tim Maia e Michael Jackson. Cajueiros e pés de laranja-lima. Cachorros latindo, meus quatro (ou cinco) filhotes descobrindo o mundo comigo. Ensiná-los a ler, a apreciar o planeta e a vida. Ensiná-los a cantar a vida.
Quero poder demonstrar o que sinto sem causar estranhamento. Não quero que fujam de mim por ser apaixonada. Sintam-se lisonjeados, pois é o maior legado que posso deixar. Joguem-se comigo, mas não sem medo. Medo é bom, nos torna resistentes e nos mostra nossa força. Peço somente que não fiquem acorrentados. Se algo der errado, eu ajudo a consertar. Ou a sobreviver. E aprenderemos com isso, sempre.
Deixe-se acreditar.



(aquecendo)