domingo, 27 de junho de 2010

Desculpem-me, meus amores mais queridos, se pareço fria. Eu disse, nada me soa real quando acordo. Tudo é sonho ou algo que outra pessoa fez. Estou aparentemente vendo de fora aquilo que mais me diz respeito.
Minhas melhores palavras foram em vão. Sou agora mais uma iletrada nesse mundo indecifrável.

E que alguém diga "Bebam até morrer, falem merda e sorriam. Tudo dará certo."

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eu cubro os ouvidos esperando que tudo se torne silêncio, o trânsito, os passos, a saudade do que nunca tive. Eu cubro os ouvidos tentando calar minha própria voz, minha própria vida.
Mas continuo ouvindo um zumbido, aquele que me faz perder o equilíbrio.
Só posso esperar agora pelo efeito do comprimido da felicidade. (...)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pagando a conta do analista.

Ficou sufocante pensar em mim. Há semanas ela tentava e perguntava e cutucava. E eu nunca dizia nada. Não por teimosia, mas por incapacidade.
E hoje eu desisti. Não sei se definitivamente, mas desisti. Inventei desculpas menos doloridas, mas tenho consciência de que estou fechada para tudo e para todos. Tudo que me aconteceu no último ano, pouco mais, foi um golpe muito forte. Tentei esquecer, empurrar pra baixo do tapete, mas esse calombo no meio da sala continua muito perceptível.
O que posso fazer se perdi minha esperança, minha confiança nas pessoas e no que elas sentem (ou podem sentir, ou dizem sentir)? Não tenho confiança no amor. E como isso me dói...
Não posso dar nada de mim. E cheguei a um ponto em que fingir já não é possível.

Tenho medo agora de estar colocando todas as minhas chances de sobrevivência num futuro que, se realmente acontecer, pode estar longe do que eu imaginava. Ou, pior ainda, num futuro que eu talvez não consiga alcançar. E aí, eu não sei se serei capaz de levantar a cabeça.
Mas talvez seja mais saudável esperar para ver. Deitar e esperar que tudo pareça um pouco menos cinza.