sexta-feira, 17 de julho de 2009

Trash can, really.

Dedos amarelados, foi a nicotina tentando arrancar de mim o nervosismo.
Olhos vermelhos, a parte mais inconsiderável da tristeza transformada em água e sal.
Ombros e pescoço duros feito pedra, porque pensava em algumas palavras, mas não tive força para torná-las som.
Durmo na sala; meu quarto tem lembranças. Lembranças de você falando que aquele seria nosso mundinho, porta fechada e quatro paredes, sem mães, sem gatos, sem mais nada. E isso me dói. Lembranças do plano rápido de fuga pra Holanda, você rindo e mostrando a língua, sapeca. Fuga de nós duas, não só sua.
E tudo que escrevo é tão ruim, pois é mero reflexo desfocado do que fiz. Do quão ruim foi o que fiz. E do tanto que não queria ter feito, do tanto que queria voltar no tempo.
Foi tudo tão absurdamente veloz. Não fui capaz de acompanhar e viver esse absoluto. Pessimista que sou, procurei defeitos e problemas. Ao não encontrar, fui e fabriquei a minha própria fonte gosmenta de sofrimento. Passando por cima de você, rasgando meu limite, pisando e cuspindo nessa linha que me foi invisível.
Não faz sentido pra mim estar longe de você. Nunca me passou pela cabeça. E talvez tenha 5 anos, talvez não seja tão crescida assim.
Não sou para você, pelo menos não agora. Gostaria muito de ser, você não faz idéia. Mas nunca quis ser e não é agora que serei mais um ego pra você deixar feliz, mais um motivo que te faça querer ir pra tão longe e por tanto tempo.

Peço desculpas mais uma vez. Sinceras. Espero que lembre como pra mim isso é difícil. Espero que essas palavras insossas tenham algum significado.

Melhores dias virão. Dias em que seremos nós mesmas de novo, uma com a outra. Dias em que saberemos que o que acontece agora é só pra gente ter a oportunidade de mostrar o dedo do meio pra vida, mesmo que ela nos dê limões.


É isso.

2 comentários:

Renata disse...

"ter a oportunidade de mostrar o dedo do meio pra vida, mesmo que ela nos dê limões."



Ai cara... É isso aí.

Coisa alguma, coisa minha disse...

Nada como o tempo para fazer-nos entender que tomamos atitudes sem pensar, porém que vêm de dentro, que de forma alguma teríamos como segurar. Acabamos machucando alguém, alguéns, nós, mas no fundo tudo tem um propósito. Quando passar, por mais que demore, tudo estará claro, sem sombras, tudo estará livre, e a vida voltará a sorrir até mais do que antes!