Ando cansada. Exausta, na verdade. Não há absolutamente um único ponto na minha vida que esteja definido ou que me faça bem. Estou enjoando de muitas pessoas ao mesmo tempo. Isso, pra mim, deveria ser algo gradual. Sou uma filha-da-puta nesse sentido, pois não consigo disfarçar a repulsa que sinto. E que apareceu tão de repente. Ninguém é obrigado a entender isso, a suportar isso. Mas não há muito que eu possa fazer. Não enxergo muitos caminhos.
E estou cansada de loucuras alheias. Egoísmo? Beeeeem capaz; estou apenas sendo sincera. Às vezes é bom. Bom pra mim mesma, entende? Preciso urgentemente pensar em mim. Sofro para proteger outras mentes, para não causar dor. Ou escondê-la. Isso me tem feito mal. Desde que me entendo por gente, infelizmente. Não falo de mim, não cobro, por um trauma antigo. Com o reconhecimento de que sou traumatizada e de qual evento causou isso em mim, luto contra ele. Tenho perdido diversas vezes, mas suponho que seja normal. É um trabalho longo e árduo, mas realmente acredito que o resultado me fará muitíssimo bem, obrigada. Talvez até feliz.
Estou tentando também desconstruir certas imagens. É melhor fazer isso agora ou depois a abstinência será muito mais cruel. Posso me afastar nesse processo, mas, por favor, veja que isso vai ser bom pra mim. E, por ser bom pra mim, por me permitir amadurecimento intelectual-amoroso, será bom para todas as pessoas que se relacionam comigo ou que vierem a se relacionar comigo.
Não sei se essas palavras serão bem interpretadas. Não sei nem se EU sei o que significam. Mas não é minha intenção causar aborrecimento. Se causar, no entanto, não vou me importar. Não consigo mais me censurar. Tudo que vem acontecendo está tendo conseqüências muito claras no meu corpo. E a dor física, que me debilita mesmo que esteja fervendo de idéias e vontades, me faz compreender o mundo e a vida e as pessoas ao meu redor de uma forma completamente diferente. Mais cheia de esperança. Com mais lágrimas de felicidade e de risadas. Agora percebo: quero essa compreensão sempre comigo, sem precisar do corpo debilitado como gatilho.
Se estou sendo ingênua? Não duvido. Mas o otimismo que nasce no peito e que me percorre como um choque fraco, doloroso e prazeroso, me coloca um sorriso honesto nos lábios. E essa é uma sensação muito boa para se ter de vez em quando.
Há 5 anos