quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Unable

Queria um caderno de colorir agora. Ou ser uma criança hollywoodiana que faça desenhos assustadores. Pois as palavras não me obedecem, nem são gentis. Elas fogem e me deixam sozinha no escuro, rosto molhado e olhos ardendo. Deixam-me sozinha com sub-palavras, essas que constituem meus textos mais recentes. E então eu tento me livrar do que quer que seja e fico pela metade nesse processo. Tento outros métodos, mas falho ainda mais (acredite, é possível). E continuo pela metade, cortada rudemente.
Tudo parece aumentar e se unir e mirar no ponto mais frágil dos meus ombros. Meus joelhos cedem e o que me resta é um fio de orgulho para manter a cabeça longe do chão. Não levantada, não tenho por que desviar o olhar do buraco em que (sobre)vivo; apenas longe do chão.
E choro tanto, tanto. Estou sob ataque incessante, agonizando na lama e tentando não acreditar nisso. Fingindo, costume antigo, mas perdendo a prática. Talvez meu talento não seja suficiente para problema de gente grande.
Outra noite mal-dormida me aguarda. Na realidade, não-dormida. E assim é melhor: não existirão delírios cruéis da minha mente torturando meu sono. Somente o pesadelo que minha vida tem sido e que já suporto de olhos abertos e sorriso nos lábios há bastante tempo.
Quero um caderno de colorir...

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