Dei tudo de mim e, se me pedir, faço ainda mais. Mas você me soa falsa, não consigo acreditar no que diz. Porque, para mim, falta sentido, falta uma conexão entre suas palavras e seus atos. Talvez seja uma defesa a minha não crença em você, talvez não.
Minhas mãos de criança tremem e isso me incomoda; meus dedos já não são firmes como antes. Sinto-me sufocando, pegando fogo lentamente, como se meus pulmões estivessem em brasa. E o vento gelado que me corta o rosto não é suficiente para domar as chamas que dominam meus olhos escuros.
Essas folhas em branco pedem explicações, mas não exigem lógica. Só querem me fazer refletir, vomitar tudo que me tem feito mal. Mas sempre sobra alguma coisinha que cresce e se reproduz, porém não morre, fica disputando uma esquina de minhas veias e artérias. E o sangue só chega à grande bomba vermelha, mas não vai embora. E parece que vai explodir e comprime todo o resto e minhas costelas já não são limitadas por meus músculos e pele. E, finalmente, nessa ópera cheia de ácido, eu sumo. Fico pequena depois do quase desastre. Murcho, murcho, desidrato e sou sugada pelo ralo.
...
Quero fazer o mapa das minhas digitais. Desenhar cada linha da palma das minhas mãos e brincar de contornar todo o seu corpo com aquarela verde. Quero ver você tomando banho, sentir o cheiro do seu hidratante me deixando tonta. E quero suas digitais misturadas às minhas, no desenho e fora dele. Quero ouvir seu coração batendo forte sob a pele molhada, adormecer olhando seus olhos que não sei a cor. E quero seu carinho no cabelo me acordando de manhã. Quero que isso comece e não acabe nunca. Ou, se for pra não começar, que eu acabe logo.
DO YOU BELIEVE THAT WE CAN CHANGE THE FUTURE?
DO YOU BELIEVE I CAN MAKE YOU FEEL BETTER?
Há 5 anos
Um comentário:
uma palavra: ui
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